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04/05/11

POLUIÇÃO NAS ÁREAS DE RESSACA EM MACAPÁ


O termo regional ressaca serve para titular as áreas alagadas, ricas em biodiversidades, comuns no estado do Amapá. Estes locais possuem uma importância impar para o ecossistema local, pois regulam o clima, são berçários de inúmeras espécies e auxiliam na circulação e equilíbrio das águas fluviais e pluviais.
Apesar do inestimável valor das ressacas, o município de Macapá, desde a década de 50, vem sofrendo com a ocupação desordenada dessas áreas, o que tem provocado a devastação desses ecossistemas. A cada ano aumenta, em grande escala, o número de famílias que desmatam, aterram, constroem palafitas e poluem as ressacas.
Ao visitarmos os locais invadidos pela população, encontramos um cenário lastimável de sujeira e fedor, pois a comunidade degrada o local com lixos e dejetos. É inerente a estas ocupações o acumulo de garrafas pets, sacos e demais embalagens plásticas abaixo das casas, bem como, pelo desprovimento de esgoto, o despejo nas águas de fezes, urinas e restos de alimentos.
O governo do estado e a prefeitura de Macapá são cúmplices dessa destruição ambiental, pois não investem em políticas eficientes no combate da ocupação das ressacas. A lei estadual quatrocentos e cinqüenta e cinco de noventa e nove, que trata da proteção dessas áreas, foi criada a mais de uma década e mesmo assim não é aplicada pelo poder público, que aceita passivamente o extermínio desses berços naturais, já que não toma nenhuma providência enérgica.
As entidades estaduais, em parceria com as municipais, poderiam fixar e trabalhar soluções que vão desde medidas sócio-educativas até a utilização da verba federal, disponível através do projeto minha casa minha vida, na construção de moradias propicias. São sugestões de ideias para aplicabilidade local em curto prazo. Conscientização através da reeducação social da comunidade de baixa renda, retirada dos invasores, criação de projetos habitacionais que abrigue todos moradores desalojados, proibição severa e multa para os que transgredirem as ressacas, e o desenvolvimento de estratégias para revitalizar as áreas afetadas.

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