O termo regional ressaca serve para
titular as áreas alagadas, ricas em biodiversidades, comuns no estado do Amapá.
Estes locais possuem uma importância impar para o ecossistema local, pois
regulam o clima, são berçários de inúmeras espécies e auxiliam na circulação e
equilíbrio das águas fluviais e pluviais.
Apesar do inestimável valor das ressacas,
o município de Macapá, desde a década de 50, vem sofrendo com a ocupação
desordenada dessas áreas, o que tem provocado a devastação desses ecossistemas.
A cada ano aumenta, em grande escala, o número de famílias que desmatam, aterram,
constroem palafitas e poluem as ressacas.
Ao visitarmos os locais invadidos pela
população, encontramos um cenário lastimável de sujeira e fedor, pois a
comunidade degrada o local com lixos e dejetos. É inerente a estas ocupações o
acumulo de garrafas pets, sacos e demais embalagens plásticas abaixo das casas,
bem como, pelo desprovimento de esgoto, o despejo nas águas de fezes, urinas e
restos de alimentos.
O governo do estado e a prefeitura de Macapá
são cúmplices dessa destruição ambiental, pois não investem em políticas
eficientes no combate da ocupação das ressacas. A lei
estadual quatrocentos e cinqüenta e cinco de noventa e nove, que trata da
proteção dessas áreas, foi criada a mais de uma década e mesmo assim não é
aplicada pelo poder público, que aceita passivamente o extermínio desses berços
naturais, já que não toma nenhuma providência enérgica.
As entidades
estaduais, em parceria com as municipais, poderiam fixar e trabalhar soluções
que vão desde medidas sócio-educativas até a utilização da verba federal,
disponível através do projeto minha casa minha vida, na construção de moradias
propicias. São sugestões de ideias para aplicabilidade local em curto prazo. Conscientização
através da reeducação social da comunidade de baixa renda, retirada dos
invasores, criação de projetos habitacionais que abrigue todos moradores
desalojados, proibição severa e multa para os que transgredirem as ressacas, e
o desenvolvimento de estratégias para revitalizar as áreas afetadas.
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